Às vezes penso que estou triste por razão nenhuma. Que quando não tenho motivos, invento. Só sei que vivo num clima de permanente insatisfação. Por um lado, até é bom: a insatisfação faz com que alteremos as coisas de modo a melhorá-las. Mas e quando os melhoramentos nunca são suficientes? Lamúrias, lamúrias e mais lamúrias. Lágrimas injustificadas. E depois, o isolamento. Por fim, a comida.
Por via genética ou não, as fatias de bolo vão entrando e não saem mais. O reflexo no espelho alarga-se. Alguns viram-se para a anorexia ou bulimia. Sim, porque agora é moda! Outrora, os casos permaneciam num silêncio ríspido e nem lhes era dada a devida importância. Mas agora o assunto aqueceu e puff! É um assunto que vende muito jornal e revista, e sabemos bem como é esta sociedade capitalista.
Contudo, há quem continue (perdoem-me a falta de sensibilidade) GORDO. Gordo, gordinho, cheiinho, forte, bem constituído, balofo, baleia, monte de banhas, enfim, o que quiserem chamar.
A depressão instala-se e a obesidade também. Quanto mais se come, maior é o apetite. É um ciclo. Comemos porque estamos deprimidos e estamos deprimidos porque comemos. Não há como parar.
Manteiga, chocolate, rissóis, ovos-moles, empadas, HAPPY MEAL! Diz o Mc Donald’s que é uma refeição feliz. Feliz para quem? Para eles que fazem fortunas à custa de um número transcendental de doenças cardiovasculares? Ou para os nutricionistas que cobram um balúrdio por uma simples consulta? Bacon, natas, batatas fritas, maionese, massa folhada, HAPPY MEAL! Cabe tudo!
A verdade é que é muito conveniente para a economia mundial esta doença.Com uma diminuição da esperança média de vida, são menores as reformas que o Estado terá de atribuir. Para além disso, pensem na quantidade de dinheiro que médicos, restaurantes, farmacêuticas especializadas em emagrecimento, sites da Internet, hospitais, ginásios, psicólogos, políticos, funerárias e afins estão a ganhar!
Afinal, não faz muita diferença ao planeta Terra uns quantos quilos a mais. Se já aguentou com dinossauros a pisarem o seu solo durante séculos, faria alguma diferença uns hipopótamos deprimidos? Não é vantajoso para todos? HAPPY READING!
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