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Ela é a mais voraz das mulheres, a mais sedutora, e também a mais feia.
Perguntam-me, só para começar, se é a mais feia, porque é tão desejada como as verdes uvas da vindima e o quente sabor do chá a ferver, incendiando gargantas?
Ela faz morrer de desejo de provar os seus tenros lábios tanto homens como mulheres. Ai!, quem me dera poder acariciar o seu escuro pescoço, tocar com os dedos ásperos do árduo trabalho diário os seus belos cabelos negros, egoístas!
Toda ela é vaidade e atitude. Rebelde como o mar, lutadora, incansável, intimidadora com os seus olhos negros, exaltando qualquer olhar cabisbaixo que passe pela sua figura!
Exótica. E depois as suas mãos! Mãos fortes, mas delicadas, pegando no pincel como mais ninguém, movimentando-se de uma forma ágil e tentadora.
E num corpo de curvas generosas, de ossos sofridos pelo desgaste e tormento da vida, esconde-se uma alma de um sentimentalismo puro, de uma mulher que chora, que chora por aqueles que ama. Mas isso não a faz desistir, pelo contrário, dá-lhe a força de um tigre selvagem, indomável, excitante!
Ninguém lhe consegue ficar indiferente. Ou a amam, ou a odeiam! Inconformista, revolucionária!
Uma mulher ardente, quente, pronta a amar, para se entregar. Um ídolo, uma referência. Ela ama-se a si mesma, expõe a sua dor, a sua nostalgia, e vive feliz, quando só lhe dão razões para cruzar os braços!
É invulgar, uma caixa de surpresas! Um afecto ambulante, é o que ela é!
Quantos já lhe puderam sentir a carne fresca que lhe cobre um esqueleto em pedaços, e como lhes invejo, sentir as suas doces palavras, respirar o seu aroma! Tocar nas suas breves pernas, cobri-las de carinho, puder despir as suas compridas saias, sentir as gotículas de suor…Da minha heroína.
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