
Mais uma história, mais um encontro. Desta vez, fui eu até tua casa.
Fazia um frio de rachar lá fora. Toquei à campainha. Tinhas acabado de te vestir, e achei uma particular piada aos botões da camisa desalinhados.
- Entra, miúda.
Dentro do teu quarto não estava frio, aliás, senti uma ligeira onda de calor.
- Voltei para te dizer novamente adeus. Aquilo não foi uma despedida decente... - replicaste.
- Eu sei... Fui tão mentirosa... Oh, como eu te amo! - e aproximei-me de ti, tão perto que tive a oportunidade de sentir a tua respiração sobre a minha pele. Que atracção tão grande, naquele momento! Para me arrepiar ainda mais, colocaste a tua mão sobre a minha cintura. - Ainda me amas? - perguntei.
- Já não sei, estou confuso. A sério. Desculpa, mas tive de seguir com a minha vida para a frente... - e rapidamente afastei os meus lábios da tua pele macia.
- Isso só pode querer dizer uma coisa. Afinal não gostavas tanto de mim como dizias...
Ficaste sem resposta. Afastaste-te ainda mais de mim e dirigiste-te à tua mesa-de-cabeceira de onde tiraste cuidadosamente uma garrafa de plástico tão familiar...
– Então porque achas que ainda tenho isto guardado? Porque ainda mantenho recordações tuas? - interrogaste.
Peguei de imediato no objecto e, com algumas gotinhas salgadas a escorrerem-me pela face, desenrosquei a tampinha, vertendo o conteúdo para a alcatifa.
- Que raio estás tu a fazer? - perguntaste, indignado.
- Assim vais varrer e jogar tudo isso para o lixo. Tal como farás comigo!!! Sou passado!
- Não, não és.
- Não digas mais nada. Acabou-se! Desaparecerás novamente da minha vida! E mais uma coisa: só voltes se já tiveres esclarecido aquilo que sentes por mim!
- Mas...
– A conversa está terminada.
- Tu é que sabes.
- Eu é que sei? Que queres dizer com isso? - e abeirei-me junto de ti. Pude sentir-te. O teu coração palpitava furiosamente, estavas tenso!
Observei-te de alto a baixo com aquele olhar desolado, devastado, completamente melancólico. Foi a última vez que te vi.
De repente, sem que estivesse à espera, desfizeste-te magicamente em areia que caiu sobre a que já estava na alcatifa.
Apanhei-a meticulosamente e, mesmo com o vento a protestar com o meu casaco, corri até à praia mais próxima. Como eu chorei!!!
Já no local, destapei a garrafa e misturaste-te com o temporal. Nesse dia alcançaste algo que tanto desejavas:
- Estás finalmente livre de mim! - exclamei.
4 comentários:
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Beijos.Yirien
este titulo diz td, tudo começa quando acaba, e tudo acaba para começar de novo....
espectacular os teus textos...
dizem-me muita coisa...
bjs ass..avm
Obrigada pelo comentário,avm!
tens muito geito :D
amo os teus textos pah!
sehue para a frente sem olhares para tras!
estas la rapariga!
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