
Nunca tinha presenciado uma noite tão quente. A temperatura deve ter chegado aos 30ºC! Só levava a carteira e o telemóvel comigo pelas ruas fora. Faltavam ainda alguns quilómetros…
Discuti com os meus pais. Porque não aceitam eles o Francisco? É um amigo como todos os outros! Decidi passar a noite fora. Naquela casa não podia continuar. Todos tínhamos reagido a quente. Gelo para o cérebro dos meus pais, se faz favor!
Cheguei a casa do Francisco. Toquei à campainha, e receei a sua reacção. Ele abriu.
- Olá… Desculpa lá estar tão indignado, mas o que é que estás aqui a fazer? – interrogou.
- Pois… – e entrei, sem pedir qualquer autorização. – Discuti com os meus pais… Por acaso não tens uma cama a mais para esta noite? – senti-me tremendamente embaraçada com o meu atrevimento.
- Bem, acho que… – pareceu bastante incomodado com a situação. – A minha irmã mais nova tem uma cama a mais no seu quarto…
Sentimo-nos um par de inadaptados completos. Menos à vontade era impossível!
- Miúda, eu estava a ver um filme no meu quarto…Vens?
- Ok… Os teus pais?
- Estão fora. Foram com a minha irmã passar a noite em casa dos meus primos. Eu não quis ir, não tenho paciência para aquelas reuniões de família. – respondeu, enquanto atravessávamos o corredor.
Deitámo-nos na cama a ver o filme, o mais afastados possível. Estaríamos com medo do quê? Da proximidade?
Imagino que o filme deveria ser interessante, mas estava com um sono… Deixei descair a cabeça sobre o seu ombro e cerrei os olhos. Senti-o acarinhar a minha face e o cabelo.
- Dorme miúda, que bem precisas… - segredou-me ao ouvido.
Senti-me tão bem… Por um lado, estava com medo de estar a confundir as coisas, mas por outro, era de uma pessoa como ele que eu precisava… O Francisco compreendia-me. E isso bastava para fazer a diferença.
- Francisco… Importaste-te que fique por aqui no teu quarto? – e passei-lhe a mão pela cara, acanhadamente.
- Não leves a mal, mas… Eu não quero confundir as cenas…
Bah, que vergonha da minha atitude! Como fui incorrecta! Afastei-me de imediato. Levantei-me e ajeitei roupa e cabelo.
- Desculpa Francisco, a sério… Estou a aproveitar em demasia a tua boa vontade. Eu só quero amizade, não sei porque disse aquilo… Ando tão carente que bastam umas palavras carinhosas para me iludir. Eu nem deveria estar aqui contigo…
- Não é isso… - e levantou-se também. – É que… tu sabes perfeitamente que nunca iria resultar. Somos demasiado diferentes, de mundos diferentes…
- Claro, tens toda a razão! Desculpa! Eu vou-me embora. Aliás, nunca devia ter vindo. – e voltei-me em direcção à porta. Ele agarrou-me pelo braço.
- Não vás! Não quer dizer que nunca possa vir a acontecer nada… Só que… Tens de esperar… Ainda não estou preparado.
- Uau, calma, agora és tu que me estás a interpretar mal. Eu não sinto nada por ti! – estava a ser sinceríssima.
- Ah… - corou.
- Esquece lá isso. Sorri, não fiques com essa cara! – e forçou um sorriso. – Eu vou mesmo embora. Fica bem. – disse, sorrindo, e ele ficou incapaz de pronunciar uma só palavra.
4 comentários:
mt fixe miuda ...
de todas as que li esta é a melhor
bjs
Gostei ^^
tens jeito linda!
bjinho gande ^^
Obrigada!
Só peço ao anónimo que se identifique, por favor!
Beijo
tens razao a amizade é preciosa talvez 1a das melhores coisas da vida.
mas a amizade tambem por vezes é falsa e destrutiva.
é quase como o amor porque o amor tambem é falso mesmo que seja só por 1a das partes, mas o amor numca chega a ser completamente verdadeiro, e a amizade tambem nao. pelo menos é iss que sinto e nao consigo deixar de sentir. ass avm
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